Olá queridos e queridas, venho trazer hoje um pequeno texto bem interessante de um amigo meu, também acadêmico de Licenciatura em Música, que trata da produção musical. Boa leitura!!!
A música
não é apenas um "aglomerado de sons". A música vai além da capacidade
de compreender a dita "linguagem musical". O fator "som" é
um meio e não um fim de se produzir música, (talvez seja um produto final) da
expressão de um compositor, que no momento em que está compondo provavelmente
esteja numa "sub-realidade". Porém essa "realidade"
realmente existe ? Talvez sim !
É a tal "sub-realidade" , ou "realidade dentro de outra
realidade", que transforma em som as expressões
sentimentais, psíquicas, "sobrenaturais" dos compositores. Talvez
isso seja considerada por alguns leigos como "loucura". Porém até
mesmo a "loucura" é transformada em músicas que retomam à loucura do
compositor.
Talvez isso explique o porquê que pessoas humildes
( tanto "financeiramente" quanto a essência do significado da
palavra) compõem músicas exuberantes.
Podemos afirmar que Johan Sebastian Bach estava
numa "loucura" quando compôs " tocata and fuga" ? Ou
podemos afirmar que thackosvick estava em outra realidade quando compôs "
the flight the of blumble-bee" o " O voo do besouro" ? É difícil
refletir possíveis respostas para perguntas tão complexas.
Cada grupo
humano pensa de uma maneira, isso faz com que a música não seja (o que muitas
escolas de músicas pregam) "uma linguagem universal".
Primeiro basta saber o que é "linguagem". Depois lê alguns textos
sobre etnomusicologia, para refletirmos o que Queirós (2014) afirma em sua
palestra sobre educação e pesquisa em música.
" A música não é uma linguagem universal, porém é um meio universal de expressão humana".
" A música não é uma linguagem universal, porém é um meio universal de expressão humana".
Ainda
existem paradigmas que pregam o som ser o principal elemento da música. Isso
não é mentira, mas também não é uma verdade. Pois o som ( "organizado ou
não") é o produto final de um processo que dura bastante tempo. No caso de
Beethoven, durava até anos. Ao escrever suas geniais obras, rascunhava várias
vezes, até chegar as suas sinfonias, sonatas, quinteto etc. É bem provável que
a música não se limita apenas a sua própria estrutura sonora, regido por leis
da física e da matemática, mas sim de imaginários
que talvez não faça parte do que chamamos de realidade. Pode ser um imaginário
baseado em uma "realidade restrita" ( geralmente povos tradicionais:
quilombolas, índios) que desenvolvem seus próprios SISTEMAS MUSICAIS ( daí a
ideia de que a música não é uma linguagem universal, mas sim um meio universal
de expressão humana [Queirós: 2014] ) Ou pode ser um imaginário que não faz
parte de uma realidade restrita ( dita cultura por alguns ), nem da realidade
dos grupos socias urbanos, mas que faz parte de um imaginário inexplicável pela
psicologia, ou qualquer outra ciência que tente identificar atitudes de
compositores contrárias a " realidade". Chego a uma reflexão: será
que o sistema ATONAL surgiu apenas da necessidade de exprimir, através do som,
novas ideias que fossem contrárias ao sistema tonal, que se preocupa com lógica
de encandeamento harmônico, cadências etc ? Acredito que não ! A música é
dinâmica, bem como o conhecimento. Creio que não existe uma única maneira de fazer
música. A população, ou melhor, alguns grupos, sempre estão querendo unificar
os sistemas, porém creio que a música não foi e jamais será capaz de aderir
tais ideologias. Quem pode negar, que para os próximos séculos, os seres
humanos provavelmente puderam chamar os nossos sistemas musicais mais usuais (
modal, tonal, atonal) de "IGNORANTES" ?
A ignorância juntamente com o pensamento positivista
herdado do século XVIII faz com que muitas pessoas acreditem que música é
apenas produto do comportamento humano e que é baseado apenas em sentimentos,
mas na realidade é isso mesmo. Porém não podemos ser tão rudes a ponto de
afirmar que música é SOMENTE “produto de expressão humana”.
Como seria a música criada pelos animais irracionais (é
claro que não me considero um animal, seja racional ou não, mas para efeito de
respaldo e para não entramos numa discussão mais longa enfatizaremos essa
diferença “animais racionais x irracionais”)? E os cientistas sociais (em
especial o musicólogo) conseguiram “desvendar” os sistemas desses grupos?
Esses sistemas seriam tão complexos de serem estudados
como executar um simples encadeamento harmônico II, V, I. Talvez se houvesse um
sistema musical universal todos os grupos (humanos ou não) seriam capazes de se
comunicar independentemente de seus sentimentos. Infelizmente, dentro da
etnomusicologia, não se tem nenhum vestígio de um “sistema universal”, como
ainda se prega em muitas instituições de ensino da música.
Se o compositor se baseia ou não na realidade isso é uma
longa e infinita discussão, o certo é que eu queria ter a oportunidade de
analisar composições de doutores em filosofia e psicologia (...)
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