sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Médicos Músicos

Orquestra de médicos com 80 integrantes brilha nos palcos do País.


Toda quarta-feira à noite, o centro cirúrgico dá lugar ao palco. Em vez de bisturis, curativos e tesouras, o que se vê nas mãos dos médicos são flautas, violinos e clarinetes. Essa é a rotina de ensaios da Orquestra Filarmônica dos Médicos do Hospital Israelita Albert Einstein. Formada em agosto de 1989, quando as apresentações se resumiam às festas de final de ano de médicos apaixonados por música erudita, o grupo hoje tem mais de 80 integrantes, incluindo contratados e convidados. É uma entre tantas orquestras, formadas por profissionais de diversas áreas, que encontraram na música uma forma de reduzir o estresse e descobrir uma nova vocação.

“Há uma ligação grande entre medicina e música. Ambas envolvem arte, dedicação e sentimento”, diz a pediatra e pianista Milena De Paulis, que toca há mais de 17 anos no grupo.

A ideia de fazer da paixão musical uma atividade a ser levada a sério foi do cirurgião pediátrico e flautista Jaques Pinus. Ainda em 1989, ele convidou o maestro Venceslau Nasari Campos para reger a orquestra. Na época, o primeiro grupo dos “musimédicos” contava com 15 doutores.

Hoje, reconhecido nacionalmente, o grupo faz apresentações beneficentes em troca de alimentos, brinquedos e material escolar, e procura ajudar projetos sociais e comunidades carentes. No ano passado, eles tocaram em Paraisópolis e M’Boi Mirim, em São Paulo.

“É uma felicidade muito grande levar música erudita a essas comunidades. Eles adoram, cantam, batem palmas. Para nós é gratificante”, conta a pediatra Milena. “Tenho muito orgulho de tocar um instrumento em uma orquestra que tem um caráter beneficente. Isso revigora as energias, restabelece o equilíbrio do corpo e da alma”, completa.

Os médicos tocam com músicos profissionais e alguns levam tão a sério a paixão pela música que ensaiam passos em outras carreiras ligadas à música. O médico e flautista Samir Rahme, por exemplo, cursou regência e tornou-se maestro. Hoje, comanda a Orquestra do Limiar, da Associação Paulista de Medicina.

Entre partituras, batutas e solfejos, o clima no anfiteatro é descontraído. Durante os ensaios, todos riem e relaxam, o que ajuda a fugir do estresse da profissão. Ninguém, porém, deixa de ser médico enquanto toca. Não é raro que, durante ensaios, os “musimédicos” abandonem instrumentos para atender emergências. 

Fonte: folhauniversal.com.br

MEDICINA E SAÚDE: Música para aliviar a dor dos pacientes

Artigo original na revista VEJA (MA), extraído do site: http://www.universitario.com.br/noticias/n.php?i=8545

Medicina e música são duas coisas que curto muito, por isso achei esse artigo muito interessante, espero que gostem.



"Um mundo sem música seria absolutamente sombrio e desumano", resume o pesquisador Ralph Spintge, presidente da Sociedade Internacional de Música na Medicina, em Lüdenscheid, Alemanha, e diretor do Departamento Pain Medicine, do Hospital Sportklinik Hellersen. 

Ele estuda há 35 anos o uso da música como instrumento terapêutico na história da humanidade e realizou pesquisas com o uso de canções para aliviar a dor e ansiedade em pacientes que passaram por cirurgias.

Em um de seus trabalhos, Spintge mostrou que a exposição de um paciente a sessões musicais de 15 minutos antes de uma operação provoca sensação de bem-estar capaz de reduzir o uso de anestésicos e sedativos em até 50%. Então a música cura? "Não. A música não é uma ferramenta de cura por si só. Mas ela facilita e reforça outras medidas terapêuticas, como a medicação para dor, drogas sedativas e psicoterapia", responde o médido alemão. "Ao mesmo tempo, ela reduz níveis de stress tanto psicológicos como biológicos".
No Brasil, a constatação é a mesma. Em um estudo preliminar, a psicóloga Danielle Misumi Watanabe, do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo, percebeu que pacientes que ouvem peças de Mozart, Vivaldi e Bach durante o procedimento de cateterismo registraram uma redução significativa de ansiedade. Por conta desses e de outros inúmeros estudos, levados a cabo nos últimos anos, a música está cada vez mais presentes nos saguões e quartos de hospitais.
Ressonância musical - Em uma sala de exames de ressonância magnética do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, por exemplo, o paciente conta com a ajuda de um telão, que apresenta imagens de paisagens acompanhadas por música launge ou erudita. "Os exames de ressonância são barulhentos e desconfortáveis, e o paciente tem ainda de entrar em um tudo. Tudo isso cria uma carga de ansiedade para ele", explica Marcos Roberto de Menezes, radiologista do Centro de Diagnósticos do Sírio-Libanês. "Usamos a tecnologia, as imagens e a música, para amenizar o local, deixando-o mais acolhedor do que os ambientes hospitalares são em geral".
A música também faz parte do cotidiano do HCor paulista. Em dias pré-determinados, diferentes músicos comparecem ao local para executar peças dirigidas aos pacientes. "A música ecoa para os quartos, as pessoas saem felizes, abrem as portas para ouvir", conta Silvia Cury, fundadora do projeto e psicóloga do HCor. "É ótimo para quem está sofrendo, pois faz com que essa pessoa queira melhorar, se cuidar", completa.

   Nem toda ação de humanização é bem recebida nos hospitais. Mas a música parece não enfrentar resistências. Wilze Laura Bruscato, presidente do Comitê de Humanização Hospitalar e chefe de Psicologia da Santa Casa de São Paulo, atesta que o local nunca recebeu reclamações. "A música reproduzida aqui não se destina apenas ao paciente: o familiar e o funcionário também se beneficiam dela", explica. De acordo com psicóloga, um estudo já mostrou que a inserção de elementos lúdicos como a música no cotidiano da pediatria do hospital ajudam na recuperação mais rápida das crianças.